quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Do Natal




E como já era noite
e era a noite de Natal,
andava pelas ruas
e se perguntava: Por quê?
Não! Nada teve, nada tinha...
Perdera-se ainda no ventre
da mãe... a mãe que nunca conhecera...
Quando veio à luz,
percebeu -se só...
Os colos que lhe deram,
também lhos tiraram...
Arremessara-se contra a vida
e nunca soubera o que era Natal...
Vagava pelas noites,
e o vento lhe trazia
o cheiro daquilo que jamais
experimentaria:
um cheiro de Natal,
que saía das janelas e portas
de casas que nunca tivera...
Assim, preferiu adormecer,
adormecer na rua...
ao relento de uma lua
que o manteria na luz
até que o sono o levasse
para um lugar,
onde não existisse o nunca e o jamais...
Então, viu o Natal,
Deus o levara naquele sono
onde saciou sua sede e fome
de amor... Ele se foi para sempre.
Quantos mais irão, sem conhecer
o Natal?
(Bernardete Ribeiro - Para aqueles que nunca estiveram com o Natal, nunca o sentiram e nunca o viveram. Somente a solidariedade será capaz de modificar o homem e fazer dele um ser voltado para o bem-comum. 23/12/2010)

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