E por que acreditar
se a verdade não existe
e mesmo estando aqui
ainda assim sou triste?
Tu, que eras meu abrigo,
meu ombro amigo,
( não, não eras!)
mentiste e me deixaste,
na tua partida,
um gosto amargo:
o fel da despedida...
E o que me resta,
escondido em gavetas,
é o branco de um véu
guardado em papel
com o qual me afundaria
em teus braços
nos lençois marfim.
O meu corpo ainda guarda o segredo
que um dia com medo
tu sopraste em mim.
Hoje sou a pétala mais pálida
e meus olhos não têm mais o lume
porque ver-te e amar-te
era meu costume.
Então, por que mentiste
tanto assim
pra mim?
(Bernardete Ribeiro -03/09/2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário