terça-feira, 6 de abril de 2010

Reverso de Mim

Ah, esta vontade de gritar
O silêncio que me prende
Como visgo ao teu olhar
Que, distante, ainda está em mim.
E eu que te vi surgindo
No espesso de uma frágil nuvem
Eras jeans, tênis, cigarros e sorrisos
Que se foram, que se perderam.
Por quais estradas caminhas?
Em que céus contemplas teus olhos?
Não vês que nada fora
O que parecia ser?
E assim me tiveste
Como o reverso do que és
Ainda que teu porto fosse seguro
E teu jeito doce mas torto
Não és o que procuro
Porque meu verso é certo
E minha rima é dura.
Fugindo e voltando
Querendo e largando
Calando e gritando, assim
É que encontro no escuro
A luz que se apagou em ti
Mas sobretudo em mim.

Bernardte Ribeiro - 12/02/2010

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