E o tempo me disse:
Não vens?
Olho e procuro
um rosto que ele não
tem.
Insistente
me conduz
a um lugar perdido
onde ainda
não o vejo,
mas deixou
tantas marcas
feridas
e dores
que quero
apertar-lhe
o pescoço
e gritar:
Eu não tenho
este rosto
e por que tu
também
não o tens?
E ele somente
pergunta:
Não vens?
Estou perdida.
Ele mente.
Não sou semente.
Não sou ninguém.
Bernardete Ribeiro - maio/2009
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