quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Das Gavetas

E eu que há muito
sequer tinha coragem
de pensar nos cartões, poesias, cartas,
papéis de bombons,
bilhetes de amor, de cinema,
fotos,
estou aqui...
Olho, toco, sinto, cheiro e te vejo.
Não mais como outrora,
quando meu corpo ardia em desejos
e nos lençóis sussuravam
teus beijos...

Sim , eu te deixei em gavetas
porque haveria um dia
em que - eu sabia -
o amor é ferida que dói e não se sente
é um contentamento descontente...
Mas, agora, tu te foste para sempre
porque limpei minhas gavetas
e o que restou de ti
não é solitário, nem uma dor desatinada.
Não é amor, não é mais amor...
não é mais nada.

( Para quem tranca em gavetas os sentimentos de amor ou desamor - Bernardete Ribeiro - dezembro/2008)

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